A Formiga do Paraíso

Na companhia do Mozart, de 2 sapos e cumprimentados através de beijos de areia, iluminados por 15 focos no tecto, damos início a um novo Lorem Ipsum que não é mais que a continuação de um fio com vários nós.

Um foco incide sobre o sapo de nome Blake, que saltando para o piano, acompanhado de um whisky e de um cigarro, começa a tocar Blue Train de John Coltrane. O ruído de fundo diminui e à medida que as notas se elevam, o fumo se espalha e a atmosfera se transforma, a realidade onde nos encontramos, altera-se perante os nossos olhos. Ao som das notas somos transportados para um mundo irreal onde nada é o que parece ser.

As conversas dão origem a novas teorias e estas conduzem a novas conclusões. O Blake torna-se num veado a correr as pradarias com cães selvagens, no meio de enormes desfiladeiros na Gronelândia, em pleno século XVII.

Neste mesmo século dá-se uma praga bíblica de sapos na Gronelândia, e os desfiladeiros tornam-se como por milagre num imenso oceano... E é inspirado nessa vasta quantidade de águas gélidas que Blake compõe os temas da banda sonora das noites frias que nos unem.

No entanto e por virtude do aquecimento global e não do perigoso marlboro,o oceano gélido secará. Mas antes de secar, será aproveitado o gelo para mais um whisky que Blake usará para acompanhar e inspirar uma melodia tocada num piano de tecido encontrado no final do início do desfiladeiro da Gronelândia, ao lado de um campo de golfe, com um passo de dança de um veado na pradaria e cães selvagens como bailarinas de ballet a fugirem das bolas do campo ao lado... Perante todo este cenário belo,calmo e idílico,qual o melhor destino de Blake em pleno século XVII quando acabar este cigarro? O metro está quase aí.

A música continua, invocando os espíritos dos cães selvagens, somos atraídos para um detalhe. Este detalhe infimo, uma gota num oceano da imaginação que nos guia, não passa de um simples vaso da dinastia Ming onde se distingue uma figura. Corpo de gigante, olhos de dragão, mãos como garras de tigre, este ser de imenso poder é na verdade Northern Boozer. Mas que faz um vaso no meio da pradaria? Levados pela curiosidade espreitamos para o seu interior e vemos as cinzas. A verdade atinge-nos e percebemos que estamos no funeral do Gordon primo do Flash, veado que dança possuido pela mágoa. Entramos no metro.

A Catarina do metro, mais conhecida por Adélia de Roterdão, anuncia a chegada a casa. Ao abrir a porta, Blake, ou Flash para os seus mais chegados, depara-se com a figura do beduíno que, movido pela força da paixão, continua o xoxo ao árabe mal cheiroso...

Com o hálito da sheesha trazida de Madagáscar por Northern Boozer, que serviria para festejar a erradicação de todos os membros da raça que atormenta Blake e toda a sua descendência de veados bailarinos raivosos, que quando misturado com o fogo produz uma essência tóxico-devastadora que até a própria cigarra do inferno teme.

Daí a ascenção da Formiga do Paraíso.

Comentários

  1. Nonsense is a verbal communication or written text which resembles a human language or other symbolic system, but in fact does not carry any identifiable meaning.

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