Google, Amantes, Prostitutas e a Economia

Medir a evolução económica e social é controverso e exige novas abordagens. Apesar de o PIB ou o desemprego serem importantes, é pertinente ir por outros caminhos mais subjectivos, mas susceptíveis de serem mensuráveis, para avaliar a riqueza e performance.


Em termos de tendências, a Google tem criado ferramentas interessantes. Está disponível nos EUA o "Global Domestic Trends", que permite medir o interesse por um tema. Serve para conhecer quantas pesquisas foram feitas sobre construção, automóveis, desemprego, entre outros, permitindo conclusões sobre o que as pessoas pensam e que não é captado nos inquéritos formais.


Em Inglaterra, um site de encontros entre casados descobriu uma relação entre a bolsa e a procura por aventuras extra-matrimoniais. Quando a bolsa está em alta, a procura por um "affair" sobe, dados os níveis de confiança. Num "crash", também se regista um aumento, mas para aliviar a pressão: uma "fuga para a frente". Em períodos mornos, os casais tendem a não procurar outras pessoas. Na Letónia encontrou-se uma relação entre o que prostitutas cobram e o desempenho da economia. Antes de o PIB ou da inflação mostrarem uma queda abrupta, já os preços na rua tinha descido. Isto é um indicador avançado!

Claro que já existem alternativas ao PIB, como o IDH, o Coeficiente de Gini, entre outros. Mas, como defende o economista Stiglitz, é necessário medir o bem-estar e não só o que se produz. Não estranhemos se, um dia, for aceite a proposta de Sarkozy de incluir critérios de felicidade nas medidas da riqueza nacional. E, quando isso acontecer, em que lugar aparecerá Portugal?

Artigo publicado no jornal Metro em 4 de Dezembro de 2009

Comentários

  1. Felicidade em Portugal... Quanto ao local e à cidade... Ficava bem pontuado. Em termos económicos, emprego, financeiro... Esquece...

    Mas como sempre disse:

    Há os ricos: Para o ser há que ser corrupto, subornar, tráfico de influências, de interesse e criar complôs...

    Há a classe média que tende a desaparecer: Nós que trabalhamos e trabalhamos para ganhar pouco e fazemos um esforço para ter o nosso bocadinho... Mas gostamos de andar de cabeça levantada sem que ninguém saiba os "podres" como os primeiros.

    E há os que não se querem preocupar e se estão nas tintas para desenvolvimento quer tecnológico quer económico. São os parasitas que infelizmente todos sustentamos e no nosso país conseguem ganhar mais que eu se forem bem feitas as contas... Identificam-se nas estações dos correios ao início dos meses quando vão pedir o Rendimento de Inserção Social e por vezes no degredo da (so called) Segurança Social. Mas esses são tão descarados que deixam de trabalhar para receber o subsídio e chegam aos correios com expressões como "Isto não anda? Só uma pessoa a atender? Quero o meu dinheiro!"

    Agora ligando isto tudo ao teu post Heinz... Do que falei, os primeiros e últimos devem ser os únicos com algum € para ir às p*tas.

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  2. Bem, se algum dia medirem o nível de felicidade dos portugueses face aquilo que possuem, é certo que ficaremos numa posição mediana, como já é normal em terras lusas.

    Porque a verdade é esta: nós nunca estamos bem. Quando o pessoal andava cheio de guito e não faltava dinheiro da UE, queixavam-se disto e daquilo. Agora que andam todos com tendências suicidas por causa das dividas o discurso é muito parecido com aquele que eu me lembro desde puto. Antes do 25 de Abril ninguém podia abrir a boca que levava uma carrada de porrada, só por parecer ter ideias próprias e agora ouve-se bestas a dizer que precisamos é de uns salazares (noutros tempos só o facto de dizerem isso, já era suficiente para serem "apertados", numa esquadra qualquer).

    Por isso a minha conclusão é simples:
    - se estamos na merda: "ah e tal, isto está mal, mas vai-se andando!!!"
    - se estamos bem: "ah e tal, podia estar melhor, mas vai-se andando!!!"

    PS: quando chegar ao poder, quem se queixar de algo, recebe uns miminhos Salazar Style;
    PSS: a GM e a Chrysler nunca devem ter ouvido falar em "Global Domestic Trends", lol.

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