Mala Directa

Papa Brisas 666, para quem não sabe, pertenceu na sua juventude à Waffle SSS. O pequeno ganapo sempre teve um gosto especial por ideologias no mínimo controversas. Ideologias que estudava nas noites mais tardias, agarrado ao seu livro de vida em que, acompanhado de um vinho, acrescentava capítulos que mais tarde seriam lidos, relidos, estudados, seguidos... No seu rosto sobressaíam os olhos encovados e difíceis de ler e o seu sorriso ganhou a ironia de tantos anos de sorrisos efémeros e triviais.

Na sua juventude, sempre que os seu olhos acusavam fadiga, Papa Brisas gostava de passar o seu tempo a praticar as artes que entretanto assimilava. O ritual de preparação era metódico. Nada era deixado ao acaso. Quase duma demência pela perfeição, todos os utensílios indispensáveis ao acto eram dispostos cuidadosamente para a sua cabal missão.
Mas qual a sua missão? Manipulação? Poder? Adoração? Talvez, palavras dizem muito, mas uma imagem por vezes diz mais.
Os seus leais súbditos eram ferramentas na missão, meros instrumentos que confundiam a palavra do mestre com lei. Haviam sido treinados para obedecer sem questionar.
O personagem que encarnava nas suas aparições era a sua máscara pois deixava o seu interior invisível a olhos alheios. As suas acções sempre condizentes com os seus objectivos nunca foram suspeitas. A sua mente trabalhada e meticulosa favorecia-o ao agir sempre com métodos que permitiam um fim... Ou outro fim.
Após as tarefas que a sua vida o obrigava, Brisas, longe dos olhares dos demais, dirigia-se ás profundezas do seu local de culto...
Chegamos assim aos dias de hoje e numa nação às portas da recessão, Brisas, RP do império, pousa o pé. O país pára! Ironias da missão?

Tomou a escolha pelo seu destino na noite de 1 de Novembro quando optou por uma maçã pouco madura...