Vincent Black Shadow Chronicles - tome 2

Vincent acorda às 9:09 da manhã do dia 9 de Setembro. Com os olhos semicerrados, dá por si num cenário que se tornará tipicamente Dantesco.

À sua volta estão pétalas de cor laranja. Encontra-se deitado no centro de uma enorme Gerbera com as formas distorcidas, à semelhança de um quadro de Dali. O resto era unicamente composto por um céu de azul carregado e intenso.

Olhou para o relógio... Parado.
Com o olhar, perscrutou o espaço que o envolvia... Ninguém.
Confuso, sentou-se.

Não sabia onde estava nem o que se passava, nada! Estranhamente, sentiu necessidade de racionalizar e procurar o sentido de cada uma das suas acções nos últimos dias. E aí revelou a sua idiossincrasia quanto ao que fez, ao que podia ter feito e ao que ficou por fazer.

Capítulo primeiro - A doce Hélène
"Hora de jantar e não me apetece cozinhar. Vou jantar fora!" Hélène era uma jovem de cabelo e olhos negros cujo encanto captou Vincent. Conhecera-a num dos muitos jantares que fazia sozinho e não se preocupava em mantê-la feliz. Sabia que ela queria mais que ele mas pensava para si, "Ela é nova, faz-lhe bem bater com a cabeça na parede."

Capítulo segundo - A frieza
"Agora não posso, isto é mais importante!" Vincent passara a trabalhar mais e melhor. Aplicava-se em todas as demandas, apenas descansando com a conclusão do seu propósito. Considerava-se diligente e responsável e sabia que era isso que esperavam dele. Mas a consequência de aumentar o trabalho foi delegar para segundo a vida social, familiar e aquilo que o divertia e fazia realmente feliz. Tornara-se viciado no trabalho e na prioridade que lhe conferia constantemente. Causas da sua responsabilidade excessiva: deixara de conseguir dormir bem e descansado. Pensava para si, "Durmo quando morrer, além disso, isto de trabalhar tanto só dura até um dia!"

Capítulo terceiro - Sweet lust
"O que me sabia mesmo bem agora era um Whisky velho no último piso que é o bar do hotel". Vincent adorava dar-se aos pequenos luxos. Vivia bem e o dinheiro nunca constituíra problema. Conduzia um Jaguar XK 140 e cada bem seu tinha de ter um luxo intrínseco e vincado. Sentia-se bem e chamava-lhe os "pequenos e essenciais luxos que a vida lhe proporcionou."

Por momentos voltou ao presente e ainda se encontrava no topo da Gerbera. Por entre as pétalas, arranjou uma esguelha de espaço e focou a sua atenção no caule da planta que se fundia com a terra. "Ora esta", pensou... "Aquilo lá em baixo é um autêntico Ragnarok!!! Formigas e Cigarras a travar uma batalha épica. Isto não é nada normal, vou voltar aos meus devaneios"

Capítulo quarto - Encontros imediatos
"Sempre a correr, não tenho tempo para parar, quanto mais para abordar alguém na rua". Vincent não ligava muito às relações com os outros. Quando passeava sozinho, ignorava todo e qualquer um cujo olhar se fixasse no seu. Preferia manter-se independente. Interagir com um desconhecido limitava-se ao estritamente necessário. Mas 3 dias antes, houve uma abordagem que agora se recordava por ter sido tão peculiar. Era um sujeito que parecia ter saído de uma peça de teatro de uma época medieval fantástica! O sujeito aproximou-se e disse "Tu precisas de mim... Posso ajudar-te?" Vincent levantou a sobrancelha e encarou o velho com desdém. Disse: "Desaparece!" Mais tarde, em casa, tinha um pequeno pergaminho com o seguinte texto: "Estou de volta e tu precisas de mim, Northern Boozer".

Capítulo quinto - As duas da Amélie
"Adoro almoçar e apreciar a comida..." Amélie trabalhava no Gabinete imediatamente a seguir ao de Vincent. Vincent sabia que não passava de uma cougar mas não deixava de mandar uma piada e trocar umas sms pelo simples e piadético flirt. Nada alguma vez se tinha passado entre os dois pois pareciam confortáveis com o jogo do gato e do rato. Almoçavam juntos, por vezes os dois outras vezes com mais gente, mas sempre frente a frente. Amélie usava decotes abusadores diariamente e Vincent gostava de ter o lugar em frente a ela reservado para si. Com o café que dita o final do almoço levantava o canto superior direito da boca num sorriso só seu e pensava, "Adoro almoçar e apreciar a comida..."

Capítulo sexto - Ostentoso
"Fui eu que consegui. Eu atingi isto!" Vincent orgulhava-se de si mesmo. Com um timbre de narcisismo, uma melodia de amor próprio e uma harmonia com pompa e circunstância, Vincent ficava feliz não só com o cumprir de objectivos mas por se vangloriar com os seus feitos. Desprezava os feitos alheios e convencia os outros de que os seus eram superiores, mais dignos e árduos! "Consegui mais um objectivo!"

De volta ao presente,
F*DA-SE estou farto de estar aqui! Mas o que é isto! Onde estou? Quero sair daqui agora e já! Dê por onde der! Os insectos lá em baixo matam-se e eu aqui na p*ta da planta ansioso por sair... Reparou que por força da distorção nas pétalas, uma era mais comprida e quase tocava o chão. Dirigiu-se a ela e lançou-se como se de um escorregão se tratasse. "Oh não, a queda vai ser maior do que imaginava". Escorregou e continuou a escorregar até ficar desamparado. A queda ia ser violenta... Fechou os olhos!

"7h55. Rue de Beautreillis nº 17, Paris

Um vulto debaixo dos lençóis mexe-se. Vincent Blackshadow já está a prever que o despertador toque dentro de momentos (...)"

Comentários

  1. Ufff, por momentos pensei que tinhas posto o Vincent metido em drogas pesadas, hehe.

    PS: carro do Vincent http://www.flickr.com/photos/mauboi/2789772578/

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  2. Foi um post que demorou 2 dias a fazer! Já o estava a escrever desde ontem, em intervalos!

    O Vincent tinha dois carros pronto! O Jag e o DS.

    Neckrom, tu é que tinhas pedido chronicles do novo personagem.

    Acho que devemos continuar...

    PS: Não me perguntem de onde saiu isto... Passei-me! Lol.

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